Olá pessoal, ela não conta para vocês,
mas eu fugi três vezes durante a semana.
Para me castigar ela obrigou-me ajudar decorar a sala da frente para a tal Páscoa.
Não sei o que é isso, mas ela andou resmungando que Páscoa é uma data em que as famílias humanas se reúnem, fazem biscoitinhos, bolos especiais, na sexta-feira como penitência, comem peixe (que penitência deliciosa). É um feriadão que já começa na quinta-feira e termina no domingo.
Então, ela pegou um casal de coelhos que ela fez e estava guardado num armário e os sentou sobre a cômoda,
abriu um pouco a gaveta e colocou um pote com água e umas flores que a mãe dela, a vó Lilly plantou lá no quintal e que dizia serem flores de páscoa, juntou uns galhos de aspargo e fez de conta que a gaveta é a toca dos coelhos.
Só porque eu quis tomar a água dentro da gaveta, ela já me colocou na outra sala e disse que onde está o arranjo é proibido mexer. Tá bom, quando era para ajudar eu servia, agora fui excluído.
Depois fujo e ela reclama.
O Nino contou direitinho a parte dele e eu complemento dizendo que realmente, Páscoa é uma data em que a maioria das famílias se reúne, assim como no Natal, dia das mães, dos pais etc.
Aqui fazem alguns anos que as festas com a família humana terminaram. Os motivos, sei e não sei, acho e não acho. Gostaria de fazer como no passado, mesmo com os filhos adultos e casados, enfeitar o quintal, esconder ovinhos, pendurar cestos nas árvores...
E agora, mais ainda essa atividade seria muito bem vinda pois o mais novo membro da família certamente gostaria de correr pelo gramado procurando guloseimas.
Mas, nem tudo pode ser como se deseja, então, resolvi homenagear a família que me ensinou a gostar da Páscoa como festa familiar e meus coelhinhos estão rodeados de recordações de um passado que estará presente em mim enquanto por aqui estiver.
Feliz Páscoa a todos.