"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

12 de março de 2011

Carnaval - Enterro dos Ossos

imagem retirada do blog Anos Dourados

Hoje é em muitas cidades, como aqui em Carazinho o dia do "enterro dos ossos", tema ainda alusivo ao carnaval que encerrou dia 8 de março. Tomara não se precise enterrar ossos literalmente amanhã, em conseqüência dos abusos de hoje.
Não gosto de carnaval. Pensando bem, nunca gostei. Lembro de um quando tinha 17 anos. Fui ao clube acompanhada por pai e mãe, de outra forma nem pensar.  O outro, aos 18, passei numa cidade da serra, participando de um bloco, nada  interessante. O terceiro, já viúva com dois filhos pequenos, passei quatro noites em claro,  por força do trabalho, era secretária executiva do clube. Fora esses, carnaval nunca fez sucesso comigo. 
Confesso que já admirei as festas carnavalescas do Rio de Janeiro, certamente pela arte das alegorias. Mas até isso já perdeu para mim o encanto. Considero dinheiro e esforço  mal empregados.
Sobre o assunto, transcrevo abaixo,trechos do artigo postado hoje em Zero Hora, escrito por Antonio Augusto Fagundes.(ZH 12.03.2011 - Segundo Caderno).
"Carnaval e tradição"
As tribos carnavalescas estão agonizando em Porto Alegre. E quem usa ainda máscara, evocativas do "bal masqué" que até Shakespeare aproveitou em Romeu e Julieta? O sopapo característico do Carnaval de Pelotas resistiu porque pulou para as orquestras, mas a batida tradicional se perdeu. Marcava o ritmo do Carnaval gaúcho, diferente do carioca. Hoje, só Giba-Giba conhece a batida.
Que fim levaram as marchinhas, os sambas e as marchas-rancho com letra belíssima e música empolgante? Só sobrou  A Jardineira, canção folclórica na origem registrada com "autores". Hoje só esse entediante rol de sambas-enredo, inexpressivos e repetitivos, com letras pobres e músicas indigentes, muito de enredo e pouco de samba.
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Não havia profissionalismo no Carnaval. Todos eram autênticos foliões que esperavam o fim do ano para o lançamento na rádio de marchinhas e sambas, muitos dos quais resistem nos bailes de salão: A Jardineira, Alalaô, Chiquita Bacana, Mamãe eu Quero. Acho que a última grande marcha carnavalesca foi Máscara Negra, do Zé Kéti. Brilhavam artistas como Chico Alves, Carmem Miranda, Orlando Silva, Dircinha e Linda Batista, Quatro Ases e um Coringa, Angela Maria e outros. Não havia escolas de samba, mas blocos e algum corso, dos blocos dos ricos."
O texto do "Nico" Fagundes segue, mas  interessa mais a nós gaúchos, então omito.
Sinto saudades dos carnavais dos anos 20, 30, 40 e 50 do século passado. Epa! Como sentir saudade de algo que não vivi? Nem sempre é necessário presenciar para entender e gostar. Sou saudosa desses carnavais porque meus avós maternos e meus pais participavam dos festejos, conforme mostram as fotografias até hoje guardadas. (não encontrei as fotos dos carnavais)
Avô e Avó maternos e minha mãe em 1925

Não é carnaval mas o Papai Noel é meu pai!
 Ainda o sorriso se estampa no rosto da minha mãe quando olhamos aquelas antigas fotos e ela relembra as fantasias e as marchinhas presentes nas brincadeiras. Sim, naquela época existiam brincadeiras, hoje tudo é, ironicamente levado muito à serio, sendo necessária a intervenção do Ministério da Saúde gastando rios de dinheiro em marketing e distribuição de preservativos, porque carnaval transformou-se em sinônimo de (........), só encontro palavrões para nominar, deixo prá lá.
Já que toquei no assunto Ministério da Saúde, deixo aqui algumas "estampas" que, sinceramente deixam-me triste. Onde estão as famílias que permitem seus filhos até menores de idade necessitarem serem alvos dessas campanhas? 

Pessoas questionam, porque o dinheiro deste tipo de propaganda não é empregado noutras ações? A resposta está da ponta da língua de qualquer administrador público: "a verba existe e deve ser empregada, não se pode ser desviada a finalidade". Concordo, mas na elaboração dos orçamentos, municipal, estadual e federal, é só diminuir a verba de publicidade e aumentar noutras rubricas, ou, manter a publicidade mas direcioná-la, por exemplo para o controle da natalidade. Mas aí, diminuirá a massa de manobra e os votos onde irão? 
Então, dá-lhe carnaval e enterrem-se os ossos!
Finalizando, deixo a letra da marchinha, dizem que a última dos antigos carnavais. Bandeira Branca de Max Nunes e Laércio Alves.
Bandeira branca (marcha/carnaval, 1970) - Max Nunes e Laércio Alves

Bandeira branca, amor /  Não posso mais
pela saudade que me invade  / Eu peço paz
Saudade mal de amor, de amor / Saudade 
dor que dói demais / Vem meu amor
Bandeira branca  /   Eu peço paz

7 de março de 2011

De onde surgiram os gatos da casa?

Descanso no terraço!
O surgimento dos atuais vinte (20), sim são vinte, hoje escrevi o nome de todos e eis a constatação: sempre fui péssima em matemática.
Eram apenas duas gatas, a Cherry e a Miti, no final do século XX. Miti foi envenenada e Cherry morreu de causas naturais em 2006. 
Apenas Cherry, até aparecer o Mimi, literalmente na boca de um cachorro. Ana salvou e adotei-o. 
Mimi
Depois do Mimi chegou Ruby que fora abandonado num bairro afastado e, não sei como quem o encontrou foi informado que eu gostava de gatos e, já são dois.
Ruby
2001 trouxe o Kity, este escolhi, ganhei de uma costureira. Tornou-se a estrela da casa após a partida da Cherry para a Ponte do Arco Iris.
Kity
Estávamos tranquilos, gatos dormiam o dia todo, passeavam um pouco mas à noite sempre o retorno para dormir na casa, em segurança. Apareceu o Bóris, gato amarelo cuja passagem por aqui foi meteórica, não tenho fotos. Era um ser maravilhoso, carinhoso, xodó do meu filho. Terminou envenenado num de seus passeios diurnos.
Desde 2004 sou voluntária numa Associação Protetora de Animais na cidade (já falei sobre isto). A administradora do local sempre impedia os voluntários verem os gatos. Eles ficavam confinados num quartinho imundo, algo que só ficamos sabendo quando ela afastou-se da associação. A nova administração providenciou o melhor local possível, longe de ser o ideal, e ali os bichanos podiam respirar ar puro e ter um pouco de contato com a natureza, mesmo que fosse visual. Ocorre que o local, melhor que o confinamento no quartinho, no inverno mostrou-se sem as mínimas condições de ser mantido. Num final de semana, filha e genro aqui estiveram e  levei os para conhecer a sede da associação. A filha, quando viu a situação dos gatinhos pediu que providenciasse a retirada daqueles em piores condições e os trouxesse para casa. Segunda feira retornei ao gatil e coloquei os oito (8) todos adultos, que consegui pegar, dentro de uma valise e trouxe para casa. Chamei um veterinário para examiná-los e aí começou mais uma aventura. A maioria estava com pneumonia, rinotraqueíte, etc. Salvarm-se apenas cinco: Belo, Lindo, Zóio, Mitinha e Amora. 
Lindo morreu atropelado e Amora durante cesareana.
Belo
Mitinha
Zóio
Amora, ao passar a Ponte do Arco Íris, presenteou-me com Francisco e Fiona criados desde o nascimento sob meus cuidados.
Francisco e Fiona
Francisco já com olhinhos abertos
Imaginando que Francisco e Fiona permaneceriam sempre bebês, deixei de castrá-los e, para minha surpresa, Fiona ficou com barriga grande, de onde surgiram quatro saudáveis "rebentos".  Permanecem aqui: Mimoso, Dinho e Cisquinho. Tarso foi doado, mas posteriormente "ganhei" um filhote dele, o Chuvisco.
Mimoso escalando
Dinho
Cisquinho
Chuvisco
Amiga
Da mesma forma como a Minina aqui apareceu, em fevereiro deste ano, em 2008 aqui chegou a Amiga com quatro filhotes que doei (todos morreram) ela ficou e até hoje lamento a doação precipitada.
Certo dia, uma veterinária pediu um favor, impossível negar sendo que muitos ela já havia prestado. O favor foi acolher uma gata que vivia sobre telhados e estava "jurada". É arisca até hoje. Apresento:
Katy Lu
Após Katy Lu, acolhi outro amarelo "jurado",  Lelo, pensando em presentear o filho com um sósia do Bóris. Não colou. Permanece aqui.
Perdida, vagando por calçadas e jardins, apareceu a Chata, orelha faltando pedaço, resgatada e acolhida.
Chata
Novembro de 2010, uma colega voluntária da associação, solicitou que ficasse com uma gata e seus quatro filhotes até o desmame. Seriam posteriormente doados. Prontamente aceitei, pois cuidar de filhotes é algo que fascina. Doei dois. Mãe e dois filhos permanecem comigo. Dulce e dois Ninos amarelos.
Dulce
Ninos
Minina
 Minina (é com "i" mesmo) foi acolhida em fevereiro de 2011, já mereceu post próprio e é muito amada embora tenha apenas meio rabo.
Acredito que estejam todos aí. Se são 20, 19 ou 18, alguém se habilita a contar? Desisto, não importa o número, todos merecem carinho e cuidados e, com tempo farei um post para cada gato, pois todos têm suas peculiaridades e uma história por trás dos bigodes!

6 de março de 2011

Ter cães e gatos ou conviver com cães e gatos!

Hoje, domingo de carnaval, minha brastemp funcionou o dia inteiro.

 São 17horas, e, poucos minutos atrás, terminei de estender capas de almofadas e tapetinhos, usados nos "aposentos" dos gatos. Estendendo os tapetinhos questionei-me - por que esses tapetes estão à disposição dos gatos e não adornando minha casa?
Tentarei tecer respostas.
Saudades do tempo em que bordava tapetes, tapetinhos, etc., na companhia da comadre Regina. Várias noites trabalhando com as cores após criar os desenhos, fazer projetos, calcular quantidade de lã, etc. 
 tapete (guardado)
por que Francisco?
tapetinhos secando
O que isso tem a ver com gatos? Tudo. Aguardem.
Também lembrei das peças em porcelana que pintei, inicialmente aprendendo com a saudosa artista e mestre Dolores Giongo, posteriormente com outras boas professoras e, finalmente sozinha e ensinando à várias alunas, os primeiros passos da arte de pintar porcelanas.
Amo este prato
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 E os gatos? Calma.
A mobília da casa, os estofados, as cortinas imensas, que aconteceu? As cortinas encurtaram, a mobília está manchada, os estofados que restam estão escondidos sob mantas e mais mantas... e os gatos?
Ah os gatos. Foi-se o tempo em que na minha casa, se é que ainda posso dizer assim, haviam dois ou três gatos.
Atualmente não "tenho" gatos. Eles são os donos do pedaço e com eles convivo.
Não aprecio conselhos, não dou e prefiro não receber. Penso que exemplos tem mais utilidade.
Assim, quanto a conviver com gatos está aqui exemplo. Quando digo conviver, a palavra é essa mesmo. Não confinar os felinos em espaços pequenos pensando que ali estão seguros, tem abrigo, boa ração, areia sanitária, sol etc.
Por experiência digo que mais de quatro gatos na casa já se deve pensar em convivência. É esse o desejo? Se não for, três são suficientes para dar e receber afeto. A partir deste número, a vida do humano muda radicalmente. Os amigos e parentes se afastam, incomodam-se com o "cheiro" e os pelos. Sim, embora gatos sejam muito asseados, seu cocô e xixi tem cheiro muito desagradável. Alguém pode estar pensando: mas e a areia sanitária não é trocada? Sim, retira-se os dejetos sempre que são "depositados". Mas, gatos são animais territorialistas e detestam a companhia de muitos gatos. Então, mesmo castrados, machos e fêmeas, escolhem locais diferentes das caixas de areia para "carimbar". Pode ser sofá, estante, parede, cortina, qualquer coisa ao alcance de um gato e vejam bem, para gatos não existem barreiras. E os pelos? Esses se espalham por toda a casa, principalmente no verão quando a queda de pelos é acentuada. Não há local onde pelos não se alojem. O aspirador de pó e a máquina de lavar não tem descanso em casa de gateiros.
Porque então tantos gatos dentro de casa? São 19 (dezenove). Boa pergunta e tenho as respostas.
Meus filhos e eu sempre gostamos de gatos e os tivemos, em proporções razoáveis, constando que éramos três humanos residentes, então multiplicando por três gatos por humano, sempre na casa haviam 9 ou 10 gatos. Esses gatos tinham liberdade de ir e vir, passeavam pela vizinhança, enfim, eram nossos mas eram livres. Tempo passando, vizinhança calma, quintais grandes, passando para vizinhança estressada, prédios subindo, quintais sumindo, humanos odiando uns aos outros e o pior "odiando" gatos. Gatos passaram a ser envenenados com requintes de crueldade. Citarei apenas um caso onde o nosso Félix, gato amarelo (amarelos merecem post) lindo, castrado, pelos longos, teve a boca por dentro mutilada com cola superbonder. Chega esse exemplo da maldade humana. Desta forma a população felina foi diminuindo. Alguns simplesmente sumiram...
E os dezenove gatos residentes atualmente, como surgiram?
Amanhã conto.