"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

4 de julho de 2011

Tristeza - Adeus Kida

Várias vezes consegui salvá-la.
Primeira, quando a adotei na ACAPA, com cinomose entre outros tantos com o mesmo problema, só que ela era a menor de todos e tinha apenas três patinhas.
Nem sua história consegui contar aqui, dediquei-me mais aos gatos no blog e hoje, infelizmente, a história terá que ser contada com final (infeliz).
No dia 24 de junho, quando contei a história do resgate da Tita, mencionei Kida. O link é esse: http://coisasepanosdabeth.blogspot.com/2011/06/resgate-de-uma-cadela.html.
É difícil entender o comportamento dos cães. Na foto acima, Kida está partilhando seu espaço com dois gatinhos. 
Uma das cadelas que está dentro de casa, a Nausi,  conviveu desde os quatro ou cinco meses até mais ou menos dois anos normalmente com Kida e mais três cadelas. Um dia, as duas iniciaram uma briga terrível, nada nem ninguém conseguia separá-las. Enfim, consegui erguer a Nausi e aí, sobrou meu tornozelo para os dentes da Kida, uma cicatriz de quase dez centímetros e que jamais desaparecerá. Houveram mais duas brigas entre as duas e então decidi trazer Nausi para dentro de casa.
Entrou a Tita no território e tudo corria tranquilamente até a Kida resolver avançar na Tita que não deixou barato e praticamente cortou-lhe o pescoço, consegui separar e cuidar da pequena até tudo ficar bem. Outra briga e, dessa vez, quando consegui socorrer Kida a Tita atravessou meu braço com as presas. Mais um início de briga, mas estava junto e consegui segurar Tita pela coleira, mas caí na escada, músculo amassado, acho que sem retorno ao normal.  Tudo bem, vivemos felizes até duas horas atrás. Escutei as cadelas de fora latindo e corri. Quando cheguei, agarrei-me às patas traseiras da Tita e puxei a coleira até que soltasse a pequena. Percebi com um olhar que estava morta.
Aí, Tita avançou na Leona, e para soltar, segurei-a na coleira e torci o focinho. Não sei onde encontrei força física para arrastar a Tita até o quarto onde dormiam e trancá-la, deve pesar em torno de 50 quilos.
Depois de trancá-la, ainda com aquela pontinha de esperança que sempre resta, peguei toalhas e juntei Kida. A tristeza juntou-se com a certeza de que não sofreu. Foi desnucada e a morte foi imediata. 
vítima e algoz 

Continuo não entendendo o comportamento dos cães. Estavam bem alimentadas,  haviam comido ração, cada uma já havia ganho o petisco costumeiro, antes de dormir. Pela manhã fiz carinho em todas... são apenas cadelas, nenhum macho, não têm filhotes e num repente tornam-se ferozes gladiadoras? 
Este é o lado difícil e triste de ser protetora de animais.
Enquanto digitava, fui algumas vezes verificar como estão as sobreviventes. Leona está numa das casinhas, Tita na sua "gaveta" e Muly e CP noutra casinha.
Com certeza a Ursa já recebeu Kida na Ponte do Arco Iris!

3 comentários:

  1. Que triste Beth; nem sei o que dizer.
    Há muitos anos passei por uma situação semelhante; quando eu e meu marido chegamos do serviço, duas das cadelas que tínhamos à época haviam atacado uma terceira. Infelizmente também não conseguimos salvá-la. Como no teu caso, não havia um motivo para o ataque. Depois desse fato jurei não ter mais de dois cães e, sempre, um casal.
    Tua Kida é mais um anjinho lindo no paraíso dos cãezinhos.
    Recebe um abraço bem apertado desta tua amiga.

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  2. Mais uma forte emoção, querida! Muito triste daqui, imaginando a tua dor, em meio ao não entendimento de tudo, os motivos e as ações. A pequena já foi recepcionada pela Ursa, que corre por aqueles campos, feliz, levando todo o amor que recebeu de ti. Salvou-lhe a vida antes, deu-lhe dignidade, foi feliz e assim partiu. Beijo grande e muita força em meio a essa dor.

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  3. Sinto muitíssimo, Beth ! Também não entendo esse comportamento muitas vezes doce e outras vezes possessivo dos cães. Deve ter sido um momento dramático e angustiante, só quem ama os animais entende e aceita esse comportamento.
    A Rutha apesar de ser uma gatinha fofinha fica uma fera quando aparece algum gato vizinho em casa, ela parte para o ataque mesmo ! Até com a Pink que é sua própria filha ela briga !
    O mais importante é que a Kida teve uma vida cheia de amor e cuidados e vai viver sempre no seu coração.
    Beijos
    Laís

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